domingo, 19 de fevereiro de 2012

BIBLIA


REINTERPRETANDO AS ESCRITURAS
Pastores se reúnem para discutir Bíblia e feminismo nos EUA
     A conferência levou pastores nos Estados Unidos a refletir sobre o que a Bíblia diz em relação à liderança masculina e o papel das mulheres na comunidade.
     Uma conferência de pastores nos Estados Unidos, organizada pelo ministério americano Desiring God, ou Desejos de Deus na tradução livre ao português, na primeira semana de fevereiro, teve o objetivo de refletir sobre o que a Bíblia diz em relação à liderança masculina e o papel das mulheres na comunidade.
     Na quarta-feira, o evangelista John Piper e outros oradores convidados da conferência abordaram a questão: "Qual é a feminilidade bíblica?" Piper tinha declarado um dia antes que a intenção de Deus para o cristianismo é para ele ter uma "sensação masculina".
     O que é visto pela sociedade como tradicionais atributos masculinos e femininos são "conceitos culturais, não da Bíblia", disse o palestrante Darrin Patrick, pastor do estado de Missouri. "Então, nós adotamos estes costumes e espalhamos como de homem e de mulher".
     "Eu acho que há uma distorção na interpretação de masculinidade e feminilidade. Nós temos que deixar a Bíblia nos informar e não apenas indícios culturais e pistas", disse Patrick, que no dia anterior falou sobre o tema "Ser Homens e Construção para a Missão local".

     Piper disse anteriormente durante a conferência que a Igreja funciona melhor quando lideradas por homens. Durante a sessão de terça-feira, ele disse que a Bíblia o leva a concluir que "Deus conferiu ao cristianismo uma sensação masculina. E sendo Deus, um Deus de amor, Ele fez isso para o nosso máximo florescimento".
     Durante o debate, ele disse em resposta à pergunta sobre a feminilidade bíblica, se referindo à sua declaração sobre a "sensação masculina": "Se for feito direito, essa sensação masculina cria um espaço. É grande. É espaçoso. É pacífica. É só plena e radiante com todas as coisas boas da vida, e as mulheres que florescem neste espaço, terão essa sensação".
     "Todos os dons [dada por Deus aos homens e mulheres] vão florescer nesse espaço", continuou ele. "À medida que navega nessa comunidade haverá sentimento feminino em todo o lugar."
     O fundador do ministério Desiring God, em seguida, destacou o assunto sobre características semelhantes entre homens e mulheres.
     "Em uma comunidade onde há um sincero, humilde e forte sentimento masculino, os homens são livres para serem adequadamente femininos e as mulheres são livres para serem adequadamente masculinas", explicou. "Em outras palavras, quando você olhar para qualquer ser humano, os mais atraentes, interessantes, cativantes seres humanos não são só masculinos ou só femininos".
     Pastor Doug Wilson, da Igreja em Cristo de Moscow, disse durante o debate que uma das virtudes que as mulheres têm é a de ser uma companheira.
     Wilson disse que depois de Deus ter criado todas as coisas e antes de criar o homem Ele disse: "Isso é bom", mas quando ele criou o homem Ele disse que um homem solitário, sozinho, "não é bom."
     "Então, homem sem a companheira adequada significa que ele é sozinho e insuficiente", explicou Wilson.
     Crawford Loritts, pastor sênior da Fellowship Bible Church, na cidade americana de Roswell, Georgia, disse que alguns dos mal entendidos sobre os papéis entre os sexos quando se trata de cristianismo é o resultado de as pessoas não obterem uma imagem clara da Bíblia.
     "Eu realmente acho que às vezes a gênese do conflito surge de uma ignorância deliberada na aceitação da verdade e da nossa insegurança", disse Loritts. "A fundação é para pregar a verdade transcendental sobre quem somos e parar de recrutar para nossas inseguranças, aceitando quem somos em Cristo. Então você pode ser adequadamente homem ou mulher".
     A conferência foi realizada no Centro de Convenções de Minneapolism e teve como tema "Deus e Ministério - Homens de construção para o Corpo de Cristo", e terminou com Piper e Wilson falando sobre suas declarações de missão e pontos de vista teológicos.

Site Creio.com.br

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Pastor desabafa e se diz rompendo com ‘movimento evangélico’

RICARDO GONDIM
Pastor desabafa e se diz rompendo com ‘movimento evangélico’
      O pastor Ricardo Gondim, da Igreja Betesda, anunciou em seu site, através  de um artigo, que está rompendo com o Movimento Evangélico. Narrando suas experiências religiosas desde adolescência, quando abandonou o catolicismo inquieto pelo que chamou de “dogmas” da igreja romana, o pastor falou sobre o que o fez romper com a Igreja Presbiteriana e com a Assembleia de Deus, exemplificando cada caso.
     Agora, se dizendo sem saber para onde ir, afirma que está querendo “apenas experimentar a liberdade prometida nos Evangelhos” e que não abandonará sua vocação de pastor e continuará servindo na Betesda.
      Os motivos listados por Gondim em seu artigo reclamam da transformação do evangelho em negócio, e se diz “incapaz de tolerar” a transformação da fé em negócio. “Não posso aceitar, passivamente, que tentem converter os cristãos em consumidores e a igreja, em balcão de serviços religiosos. Entendo que o movimento evangélico nacional se apequenou. Não consegue vencer a tentação de lucrar como empresa. Recuso-me a continuar esmurrando as pontas de facas de uma religião que se molda à Babilônia”, acusa o pastor.
     A falta de afinidade com os grandes líderes evangélicos nacionais também é colocada como uma questão de peso e decisiva para o rompimento: “Não consigo admirar a enorme maioria dos formadores de opinião do movimento evangélico (principalmente os que se valem da mídia). Conheço muitos de fora dos palcos e dos púlpitos. Sei de histórias horrorosas, presenciei fatos inenarráveis e testemunhei decisões execráveis”, afirma o pastor, sem citar nomes.
     Em mais uma crítica direta à teologia da prosperidade, que tem sido priorizada em diversas denominações, o pastor Gondim afirma que a igreja se tornou inútil ao pregar essa mensagem: “No momento em que o sal perde o sabor para nada presta senão para ser jogado fora e pisado pelos homens. Não desejo me sentir parte de uma igreja que perde credibilidade por priorizar a mensagem que promete prosperidade. Como conviver com uma religião que busca especializar-se na mecânica das “preces poderosas”? O que dizer de homens e mulheres que ensinam a virtude como degrau para o sucesso? Não suporto conviver em ambientes onde se geram culpa e paranoia como pretexto de ajudar as pessoas a reconhecerem a necessidade de Deus”.
     Um texto publicado pelo jornalista Paulo Lopes, atribuído a José Geraldo Gouvêa, ateu declarado, afirma que “Gondim não tem para onde ir, a não ser os braços do ateísmo”. O autor do texto afirma se identificar com o pastor, “uma espécie de Leonardo Boff evangélico”, fazendo menção ao ex-frei e crítico ferrenho da Igreja Católica.

Confira abaixo a íntegra do artigo “Tempo de Partir”, do pastor Ricardo Gondim:
      Não perdi o juízo. Minha espiritualidade não foi a pique. Minhas muitas tarefas não me esgotaram. Entretanto, não cessam os rótulos e os diagnósticos sobre minha saúde espiritual. Escrevo, mas parece que as minhas palavras chegam a ouvidos displicentes. Para alguns pareço vago, para outros, fragmentado e inconsistente nas colocações (talvez seja mesmo). Várias pessoas avisam que intercedem a Deus para que Ele me acuda.
     Minha peregrinação cristã está, há muito, marcada por rompimentos. O primeiro, rachei com a Igreja Católica, onde nasci, fui batizado e fiz a Primeira Comunhão. Em premonitórias inquietações não aceitava dogmas. Pedi explicações a um padre sobre certas práticas que não faziam muito sentido para mim. O sacerdote simplesmente deu as costas, mas antes advertiu: “Meu filho, afaste-se dos protestantes, eles são um problema!”.
     Depois de ler a Bíblia, decidi sair do catolicismo; um escândalo para uma família que se orgulhava de ter padres e freiras na árvore genealógica – e nenhum “crente”. Aportei na Igreja Presbiteriana Central de Fortaleza. Meus únicos amigos crentes vinham dessa denominação. Enfronhei em muitas atividades. Membro ativo, freqüentei a escola dominical, trabalhei com outros jovens na impressão de boletins, organizei retiros e acampamentos. No cúmulo da vontade de servir, tentei até cantar no coral – um desastre. Liderei a União de Mocidade. Enfim, fiz tudo o que pude dentro daquela estrutura. Fui calvinista. Acreditei por muito tempo que Deus, ao criar todas as coisas, ordenou que o universo inteiro se movesse de acordo com sua presciência e soberania. Aceitei tacitamente que certas pessoas vão para o céu e para o inferno devido a uma eleição. Essa doutrina fazia sentido para mim até porque eu me via um dos eleitos. Eu estava numa situação bem confortável. E podia descansar: a salvação da minha alma estava desde sempre garantida. Mesmo que caísse na gandaia, no último dia, de um jeito ou de outro, a graça me resgataria. O propósito de Deus para minha vida nunca seria frustrado, me garantiram.
     Em determinada noite, fui a um culto pentecostal. O Espírito Santo me visitou com ternura. Em êxtase, imerso no amor de Deus, falei em línguas estranhas – um escândalo na comunidade reverente e bem comportada. Sob o impacto daquele batismo, fui intimado a comparecer à versão moderna da Inquisição. Numa minúscula sala, pastores e presbíteros exigiram que eu negasse a experiência sob pena de ser estigmatizado como reles pentecostal. Ameaçaram. Eu sofreria o primeiro processo de expulsão, excomunhão, daquela igreja desde que se estabelecera no século XIX. Ainda adolescente e debaixo do escrutínio opressivo de uma gerontocracia inclemente, ouvi o xeque mate: “Peça para sair, evite o trauma de um julgamento sumário. Poupe-nos de sermos transformados em carrascos”. Às duas da madrugada, capitulei. Solicitei, por carta, a saída. A partir daquele momento, deixei de ser presbiteriano.
     De novo estava no exílio. Meu melhor amigo, presidente da Aliança Bíblica Universitária, pertencia a Assembleia de Deus e para lá fui. Era mais um êxodo em busca de abrigo. Eu só queria uma comunidade onde pudesse viver a fé. Cedo vi que a Assembleia de Deus estava engessada. Sobravam legalismo, politicagem interna e ânsia de poder temporal. Não custou e notei a instituição acorrentada por uma tradição farisaica. Pior, iludia-se com sua grandeza numérica. Já pastor da Betesda eu me tornava, de novo, um estorvo. Os processos que mantinham o povo preso ao espírito de boiada me agrediam. Enquanto denunciava o anacronismo assembleiano eu me indispunha. A estrutura amordaçava e eu me via inibido em meu senso crítico. A geração de pastores que ascendia se contentava em ficar quieta. Balançava a cabeça em aprovação aos desmandos dos encastelados no poder. Mais uma vez, eu me encontrava numa sinuca. De novo, precisei romper. Eu estava de saída da maior denominação pentecostal do Brasil. Mas, pela primeira vez, eu me sentia protegido. A querida Betesda me acompanhou.
     Agora sinto necessidade de distanciar-me do Movimento Evangélico. Não tenho medo. Depois de tantas rupturas mantenho o coração sóbrio. As decepções não foram suficientes para azedar a minha alma, sequer fortes para roubar a minha fé. “Seja Deus verdadeiro e todo homem mentiroso”.
     Estou crescentemente empolgado com as verdades bíblicas que revelam Jesus de Nazaré. Aumenta a minha vontade de caminhar ao lado de gente humana que ama o próximo. Sinto-me estranhamente atraído à beleza da vida. Não cesso de procurar mentores. Estou aberto a amigos que me inspirem a alma.
     Então por que uma ruptura radical? Meus movimentos visam preservar a minha alma da intolerância. Saio para não tornar-me um casmurro rabugento. Não desejo acabar um crítico que nunca celebra e jamais se encaixa onde a vida pulsa. Não me considero dono da verdade. Não carrego a palmatória do mundo. Cresce em mim a consciência de que sou imperfeito. Luto para não permitir que covardia me afaste do confronto de meus paradoxos. Não nego: sou incapaz de viver tudo o que prego – a mensagem que anuncio é muito mais excelente do que eu. A igreja que pastoreio tem enormes dificuldades. Contudo, insisto com a necessidade de rescindir com o que comumente se conhece como Movimento Evangélico.
      1. Vejo-me incapaz de tolerar que o Evangelho se transforme em negócio e o nome de Deus vire marca que vende bem. Não posso aceitar, passivamente, que tentem converter os cristãos em consumidores e a igreja, em balcão de serviços religiosos. Entendo que o movimento evangélico nacional se apequenou. Não consegue vencer a tentação de lucrar como empresa. Recuso-me a continuar esmurrando as pontas de facas de uma religião que se molda à Babilônia.
      2. Não consigo admirar a enorme maioria dos formadores de opinião do movimento evangélico (principalmente os que se valem da mídia). Conheço muitos de fora dos palcos e dos púlpitos. Sei de histórias horrorosas, presenciei fatos inenarráveis e testemunhei decisões execráveis. Sei que muitas eleições nas altas cupulas denominacionais acontecem com casuísmos eleitoreiros imorais. Estive na eleição para presidente de uma enorme denominação. Vi dois zeladores do Centro de Convenções aliciados com dinheiro. Os dois receberam crachá e votaram como pastores. Já ajudei em “cruzadas” evangelísticas cujo objetivo se restringiu filmar a multidão, exibir nos Estados Unidos e levantar dinheiro. O fim último era sustentar o evangelista no luxo nababesco. Sou testemunha ocular de pastores que depois de orar por gente sofrida e miserável debocharam delas, às gargalhadas. Horrorizei-me com o programa da CNN em que algumas das maiores lideranças do mundo evangélico americano apoiaram a guerra do Iraque. Naquela noite revirei na cama sem dormir. Parecia impossível acreditar que homens de Deus colocam a mão no fogo por uma política beligerante e mentirosa de bombardear outro país. Como um movimento, que se pretende portador das Boas Novas, sustenta uma guerra satânica, apoiada pela indústria do petróleo.
     3. No momento em que o sal perde o sabor para nada presta senão para ser jogado fora e pisado pelos homens. Não desejo me sentir parte de uma igreja que perde credibilidade por priorizar a mensagem que promete prosperidade. Como conviver com uma religião que busca especializar-se na mecânica das “preces poderosas”? O que dizer de homens e mulheres que ensinam a virtude como degrau para o sucesso? Não suporto conviver em ambientes onde se geram culpa e paranoia como pretexto de ajudar as pessoas a reconhecerem a necessidade de Deus.
     4. Não consigo identificar-me com o determinismo teológico que impera na maioria das igrejas evangélicas. Há um fatalismo disfarçado que enxerga cada mínimo detalhe da existência como parte da providência. Repenso as categorias teológicas que me serviam de óculos para a leitura da Bíblia. Entendo que essa mudança de lente se tornou ameaçadora. Eu, porém, preciso de lateralidade. Quero dialogar com as ciências sociais. Preciso variar meus ângulos de percepção. Não gosto de cabrestos. Patrulhamento e cenho franzido me irritam . Senti na carne a intolerância e como o ódio está atrelado ao conformismo teológico. Preciso me manter aberto à companhia de gente que molda a vida, consciente ou inconsciente, pelos valores do Reino de Deus sem medo de pensar, sonhar, sentir, rir e chorar. Desejo desfrutar (curtir) uma espiritualidade sem a canga pesada do legalismo, sem o hermético fundamentalismo, sem os dogmas estreitos dos saudosistas e sem a estupidez dos que não dialogam sem rotular.
     Não, não abandonarei a vocação de pastor. Não negligenciarei a comunidade onde sirvo. Quero apenas experimentar a liberdade prometida nos Evangelhos. Posso ainda não saber para onde vou, mas estou certo dos caminhos por onde não devo seguir.
 Extraido do site Creio
     Soli Deo Gloria

domingo, 12 de fevereiro de 2012

CONTRASTES

As vontades de Deus
A vontade de Deus é um dos temas mais controversos da experiência cristã. Os teólogos costumam dizer que Deus tem três tipos de vontades: soberana, moral e específica. A vontade soberana é aquela que se realiza independentemente da concordância ou cooperação humana voluntária. Quando Deus quer agir, ninguém pode impedir: porta que Deus abre ninguém fecha e porta que Deus fecha ninguém abre. Considerando que Deus tem todo poder, isso significa não apenas que Ele pode decidir livremente (direito) como também que pode executar sua decisão (capacidade).

A vontade moral é aquela que reflete o caráter de Deus, em forma de mandamentos ou princípios. Não matar, não roubar, não mentir é bons exemplos. Mas também ser solidário, praticar a misericórdia, promover a justiça, agir com humildade, cultivar relacionamentos íntegros, honrar as promessas e não manipular pessoas também se encaixam na definição.

A vontade específica seria aquela que determina o plano detalhado de Deus para cada circunstância da vida de cada pessoa em particular, como por exemplo, o lugar onde vai estudar a pessoa com quem vai casar, o emprego e a cidade onde vai morar. Por trás do conceito da vontade específica de Deus está a crença de que tudo o que acontece desde que não seja um pecado cometido pela própria pessoa, é da vontade de Deus, pois Ele tem um propósito por trás de todas as situações da vida de todas e cada uma das pessoas. Quando alguém fica doente, é preterido para uma promoção ou é demitido do emprego, tem um carro roubado, uma viagem adiada ou uma visita inesperada, tudo foi causado ou permitido por Deus porque Ele quer fazer alguma coisa através daquele evento ou naquela situação específica. Além disso, também há a crença que Deus tem a decisão certa a ser tomada em cada circunstância da vida. A vontade específica, entretanto, mais se parece com a perspectiva pagã do determinismo e do fatalismo, a crença no destino, do que com a abordagem bíblica de um deus que cria seres humanos à sua imagem e semelhança, e, portanto livres, e os convoca a que se tornem parceiros na administração da criação e na construção da história. Os cristãos não creem em destino. Os cristãos acreditam que Deus tem propósitos para a história humana, mas não tem tudo decidido, como se a humanidade fosse um conjunto de bonecos iludidos, acreditando que são responsáveis por suas histórias, mas na verdade são manipulados pelos dedos de Deus que determinam suas decisões.

É fato que Deus está presente e agindo em todas as situações da vida de todas as pessoas, e que nada acontece sem que Deus permita. Mas isso não significa que Deus é a causa de tudo o que acontece. Permitir é diferente de fazer acontecer. Também é verdade que Deus guia e orienta aqueles que buscam sua sabedoria. Mas isso é diferente de apontar a escolha certa, como se fosse um oráculo. Deus responde orações. Mas não manipula ninguém. Exceto quando livremente decide realizar seus propósitos. Mas aí já não se trata de vontade específica, mas soberana.
Pr. Edivaldo Pereira

VAJAM SÓ

 as trés vontades de Deus 

[1] Soberana [2] Permissiva [3] Condicional  Os trés atributos de Deus 
Onisciência.
Onispresença. 
onispotênçia.
Os Atributos Naturais de Deus justiça.fidelidade.nisericordia amor e perdão entre outros assuntos 
Continuação estou usando argumentos simples de fácil compreensão 
Pra que você leitor possa entender com, mas eficácia mesmo esse assunto sendo complexo é muito edificante ainda estamos comentando. 
Sobre a 1 vontade de Deus chamada de vontade soberana,pois nessa vontade é impossível que Deus se engane erre o alvo ou se precipite.
Veja essa outra historia da palavra de Deus Jonas cap.;1.verse.1,2,3
Quando o Senhor falou com o profeta Jonas o Senhor ordenou que ele fosse a cidade de Ninive com certeza Jonas devia conhecer a fama dessa
Cidade, pois Ninive era a capital da Síria. Onde segundo a historia os seus habitantes na guerra levavam seus capturados como escravos e lá os decapitavam e fazia pirâmides com suas cabeças então ele fez uso do livre arbítrio de escolha só que a única vontade que Deus não nos permite
Fazer uso da nossa vontade pro pia é essa, mas mesmo ele fazendo uso de sua vontade pro pia indo pra tarsis Deus agiu de forma severa, mas, também com misericórdia, pois esse é o nosso Deus nessa vontade Deus não pergunta se você quer ir ou se dar pra atendê-lo ou se seu pai vai aceitas ou sua mãe é ele que estabelece as regras e acabou há inúmeras passagens bíblicas a onde vê Deus agindo com essa rica e bela vontades por isso que o apostolo Paulo aos romanos cap.12 verse. 2
Ele diz e não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos.
Pela renovação do vosso entendimento para que?Experimentei qual seja a boa agradável e perfeita vontade de Deus, quando entendemos a vontade de Deus, as coisas fluem de forma linda em nossas vidas.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

MISSÕES

Portas Abertas lista países com maior perseguição religiosa no mundo
A entidade cristã Portas Abertas, que auxilia o trabalho de igrejas perseguidas, divulgou o último relatório sobre países onde a perseguição a cristãos é mais presente.
A Coréia do Norte continua liderando a lista. O país comunista figura o topo da lista pelo 11º ano seguido. A Coréia tem uma quase religião que está baseada em seu antigo líder, Kim Il-Sung. Qualquer pessoa que adore a qualquer “outro deus” é automaticamente perseguido. O número estimado de cristão no país é de 200.000 a 400.00. Estima-se também que 50.000 a 70.000 cristãos estão presos em campos de prisioneiros no país.
A lista segue com Afeganistão (2º), Arábia Saudita (3º), Somália (4º), Irã (5º) e as Maldivas (6º) países onde os cristãos não tem quase nenhuma liberdade de culto. E fechando os 10 primeiros da lista estão Uzbequistão (7º), Iêmen (8º), Iraque (9º) e Paquistão (10º) que entrou no top 10 pelo fato de que o ministro cristão Shahbaz Bhatti foi assassinato porque tentou alterar a Lei da Blasfêmia no país.
O presidente da Portas Abertas nos EUA, Carl Modele, falou da situação dos cristão na Coréia: “Com a morte de Kim Jong-Il no mês passado e com seu filho, Kim Jong-Um, assumindo o poder, é muito difícil determinar como será a vida dos cristãos nessa nova fase”. Modele completou dizendo que “certamente, a situação permanece perigosa para os cristãos, por isso devemos orar pela Coreia do Norte, para que todos os cristãos posam ter a liberdade de adorar ao Único Deus, e não a Kim Jong-Il e Kim Il-Sung”.
Entre outras grandes mudanças que aconteceram na lista o Sudão, país que mais subiu posições na atual Classificação, subiu 19 posições assumindo o 16º lugar da lista; a Nigéria pulou 10 posições e agora está em 13º. O Egito, afetado pelas manifestações e revoluções que se iniciaram na Primavera Árabe, subiu quatro posições e agora figura o 15º lugar da lista.
O site da Portas Abertas informa também que mais de 300 cristãos foram mortos no último ano na Nigéria e que a China, apesar de ter caído da 16ª para a 21ª posição, é a maior Igreja no mundo que sofre com a perseguição, pois se estima que existam 80 milhões de cristãos no país.
Fonte: Gospel+

CUIDADO ESSES PREGADORES ANIMADORES DE AUDITORIO


Sobre o apóstolo moderno Yossef Akiva


Sobre este apóstolo moderno:


1) Ele não é judeu, seu nome é José Marcelo e há boatos não confirmados (busquem no google) envolvendo-o em falcatruas das mais grossas na última igreja que pertenceu. Nem sempre se fantasiou de judeu hassídico. E que fique claro que, tendo eu parentes judeus não estou aqui de forma alguma a desrespeitar meus irmãos, ao contrário, acho que as atitudes e doutrinas deste estelionatário são um grande desrespeito para cristãos e para judeus, no mesmo grau de ofensa.

2) Por que se fantasiar de hassidico? Sim. Fantasia e de segunda, se fosse hassídico teria levado uns pegas do rabino, pois há muitas coisas erradas em seu traje.

3) Este falso profeta prega um judaísmo que nunca existiu. Nunca Israel construiu arcas e arquinhas, exceto aquela que o Senhor mandou, que não era para ser tocada e tão pouco construída novamente, quando a Sua vontade Impar a levou para o esquecimento.



4) Ele vende em sua empresa cópias baratas de diversos objetos do templo. Um absurdo sem tamanho, heresia para cristãos e judeus, em alguns casos, e acaba influenciando outros idólatras.

5) Judeu, pero no mucho. O bilau cortado o moço não tem e não corta, mas em compensação abriu uma fábrica de arcas e outros artefatos esdrúxulos para gospel trouxa comprar. Agora o novo empreendimento é uma confecção de kipá.

6) Meu irmão, minha irmã, kipá ou solidéu, o chapeuzinho que os judeus modernos usam em cerimônias em respeito a presença de Deus, desta forma que se vê hoje é coisa do século XVIII-XIX. Na idade média, e só na idade média, no intuito de se diferenciar dos cristãos (*), um ou outro grupo judeu isolado cobria a cabeça em ocasiões raras. Não era doutrina universal. Na verdade, no tempo de Cristo nem havia tal hábito! Em grupo algum! A origem da tradição MODERNA do uso do kipá é controversa. O kipá é citado no Talmude, não na Torá, portanto não está na Bíblia. Mesmo no Talmude o contexto é uma recomendação para crianças em certas cerimônias. Alguns dizem que a origem da cobertura da cabeça decorre do ÚNICO judeu que cobria a cabeça no Antigo Testamento em cerimônias, o Supremo Sacerdote ao entrar no Santo dos Santos.

Irmãos, com todo o respeito aos judeus, nós somos cristãos, pois aceitamos Cristo como Salvador e os judeus ainda esperam o seu Messias.

Jesus na Cruz rasgou o véu, inutilizou o templo e o supremo sacerdócio de um homem. Jesus é o nosso advogado, por Ele vamos direto a Santa Presença de Deus. Nada mais nos separa do Amor de Deus.

Um cristão que usa kipá está a declarar que não tem a Cristo. Está a se separar de Deus. Volta no tempo e abandona a Aliança em Cristo. Está a declarar, com este ato, que Jesus não mais, com Seu sangue, justifica nossa presença diante de Deus.

Se o kipá é para nos separar em respeito a Deus, o que fez Jesus na cruz? Somos DIGNOS irmãos! Somos dignos da Santa Presença de Deus. Podemos nos apresentar ao Senhor sem coberturas de homem ou de pano, pois estamos COBERTOS PELO SANGUE DE JESUS!

Não idolatramos templos, não mais precisamos nos separar com chapéus, altares, tendas e chupásNão precisamos tocar shofar para o Messias vir! Ele já veio! E nem Jesus ou nenhum apóstolo nos mandou tocar shofar para a apressar a Sua volta! Chega de heresia irmãos!


 Então o cristão tolo que usa kipá quer se diferenciar dos cristãos, não quer ser assimilado, portanto está negando Cristo!
 "Errais não conhecendo as Escrituras.." Mateus 22:27, já que foi para dizer "não somos cristãos" inventaram a coisa!

CONVERTIDO OU REFORMADO, QUE O CRISTÃO DEVE SER?


A respeito da Certeza de Salvação

Por Marcelo Lemos


Pergunta enviada por leitora do blog:"Reverendo, como posso ter certeza se estou salva realmente, e posso não ter sido eleita?". Publico, então, um artigo que já foi postado em nosso blog há uns dois anos. Creio que ele responde com bastante propriedade a esta questão.

Cristo derramou seu sangue em favor da humanidade. Essa afirmação é central em todas as confissões de fé da religião crista ortodoxa. Mas, sabemos dar a ela sua real importância?

Ao escutar os pregadores e seus ouvintes falando sobre o sacrifício redentor de Cristo, somos, muitas vezes, surpreendidos por um inquietante questionamento: sabem eles das implicações lógicas (e bíblicas) daquilo que dizem crer? Uma coisa é dizer crer em Cristo Redentor, outra coisa é assumir as consequências de tal doutrina. Não se trata de uma pergunta inútil, afinal, a Idade Média já demonstrou a possibilidade de haver muita gente cristã e, ainda assim, muitos não serem capazes de discernir a Obra da Cruz. Estaria a cristandade hoje em situação melhor?


Em melhor situação ou não, depende para qual lado olhamos. Em alguns lugares, encontramos um cristianismo simples: alegre e confiante, baseado apenas na fé, e que produz frutos de gratidão às benesses de Cristo. Em outros lugares, porém, nos deparamos com assassinos. Não, não estão armados com facas e fuzis. Sua arma é a salvação meritória. Sim, a salvação meritória é a arma letal mais poderosa que existe, milhares de pessoas se deixam escravizar por uma religiosidade cheia de regras e obrigações, baseadas não na Lei de Deus, mas em tradições meramente humanas.
Os estragos produzidos por estes poderosos assassinos estão por todos os lados. Na paranoia apocalíptica de gente que não toma  Coca-Cola, por motivos de ‘santificação’; nas ‘danças proféticas’ de outros que, de outra forma, considerariam pecaminoso se expressar por meio do corpo; nos malabarismos extravagantes, tidos como adoração, daqueles que já não se sentem agradando a Deus na simplicidade do “com ordem e decência”; na sexualidade frígida, e castradora, daqueles que não conseguem assumir o significado obvio de expressões como “o seu fruto é doce ao meu paladar” (Cantares 2.3), enfim. O coração humano deseja se fazer “aceitável”. Todos nós gostamos do que diz uma famosa propaganda de automóvel: “quem tem, fez por merecer”. E nesse desespero, desejosos de nos sentirmos merecedores da salvação, nos afundamos em regras,  tradições humanas, e, o que é pior, em insegurança. Por mais estranho pareça, o fato é que muitos cristãos vivem com medo, especialmente se alguém lhes diz, por exemplo, “Cristo está voltando”. Elas tem medo, mesmo a Bíblia dizendo que aqueles que creem em Cristo já passaram da morte para a vida. Mas, se Cristo já as salvou, elas tem medo de que? Elas tem medo porque, lamento dizer, não compreenderam completamente a mensagem simples e emancipadora do Evangelho.

A salvação meritória é um problema de teologia; no entanto, já não consigo mais ver tal problema apenas como o clássico conflito: arminianos vs. calvinistas. Tenho a impressão de que os dois grupos correm riscos semelhantes, apesar do primeiro já começar o debate lutando na areia movediça. O sentimento de “mérito” é tão forte em nós, que é virtualmente impossível nos livrarmos dele. Ele está presente quando o arminiano diz que é possível perder a salvação. Ele está presente também quando o calvinista pretende encontrar, no homem, provas objetivas da eleição, sua ou de outrem.

Em ambos os casos, tanto arminianos quanto “calvinistas”, pretendem encontrar alguma base objetiva para a segurança da salvação. Eles desejam caminhar por vista, e não por fé. Nisto, arminianos e calvinistas parecem estar longe da pregação de Lutero e Calvino. Do lado arminiano, tal distanciamento é premeditado, tendo nascido exatamente para se opor a doutrina da Eleição Gratuita. Do lado “calvinista”, tal distanciamento aparenta ser fruto de uma interpretação errônea do pensamento puritano. E por isso coloco o termo (calvinista) entre “aspas”.

Aqui cabe um questionamento: será que os puritanos originais eram moralistas frios e severos? Se o foram, modificaram a teologia reformada. Se não o foram, alguns que se dizer puritanos na atualidade estão mudando a teologia deles. Ainda não sei qual conclusão é a melhor, mas sinto-me atraído pela alcançada pelo anglicano C.S. Lewis. O autor de Crônicas de Narnia, citado por Douglas Wilson, afirma:

Devemos imaginar estes puritanos como o extremo oposto daqueles que de dizem puritanos hoje; imaginemo-los jovens, intensamente fortes, intelectuais, progressistas e muito atuais. Eles não eram avessos a bebidas com álcool; mesmo a cerveja, mas os bispos eram sua aversão – C.S. Lewis; citado por Douglas Wilson.

E Douglas Wilson acrescenta: “os puritanos fumavam (na época não se sabia dos efeitos danosos do fumo), bebiam (com moderação), caçavam, praticavam esportes, usavam roupas coloridas, faziam amor com suas esposas; tudo isso para a glória de Deus, o qual os colocou em posição de liberdade”.

Seja como for, toda vez que a teologia procura bases objetivas, no homem, para a segurança da salvação, estabelece algum tipo de salvação por mérito. O grande pregador Spurgeon, num texto que estamos publicando aqui no Olhar Reformado, comenta sobre isso. Ele conta que soube de uma jovem que sua alma atribulava-se pela incerteza da salvação. Seu comentário é de muito valor para nosso tema:

Há algum tempo, uma jovem mulher encontrava-se em meio a grande tribulação em sua alma. Ela se aproximou de um cristão muito piedoso, que lhe disse: “Minha querida amiga, deves ir para a casa orar!”. Eu pensei comigo mesmo: nada disso é bíblico. A Bíblia não diz: “Vai para a casa e ora”. A pobre jovem foi para sua casa e continuou sofrendo sua tribulação. O homem lhe disse: “Deves ter paciência, deves ler as Escrituras e estudá-las”. Isso também não é bíblico; isso não é exaltar a Cristo.

Descubro que muitos pregadores estão pregando essa classe de doutrina. Eles dizem ao pobre pecador convencido: “Precisar ir para a casa orar, ler as Escrituras, assistir aos cultos, etc”. Obras e obras. Ao invés disso deviam dizer: “Por graças sois salvos, por meio da fé!”. Minha resposta aquela jovem mulher seria esta: “Creia no nome do Senhor Jesus Cristo!”. Não diria a ninguém, que está em dúvida sobre sua salvação, que ore ou que leia as Escrituras, ou que assista ao culto. Eu lhe apresentaria a fé, a fé simples no Evangelho de Deus. Não que menospreze a oração; isso deve vir depois da fé. Não que diga uma única palavra contra o estudo das Escrituras; este é um sinal infalível de ser um filho de Deus. Não que tenha objeções contra ir ao templo para se ouvir a Palavra de Deus; que Deus não me permita tal coisa! Alegro-me vendo as pessoas no templo! Porém, nenhuma destas coisas é o caminho da salvação. Em parte alguma está escrito: “O que assiste ao culto será salvo!”, ou “O que lê a Bíblia será salvo!”. Não li em qualquer lugar: “O que ora e é batizado será salvo!”; mas sim, está escrito: “Aquele que crer será salvo!” – o que tem uma fé sincera no ‘Homem Cristo Jesus’; em sua divindade e em sua humilhação, está livre do pecado!

Pregar que somente a fé salva, é pregar a verdade de Deus. Igualmente, jamais reconhecerei como ministro do Evangelho, alguém que prega qualquer outra coisa como plano de salvação, que não seja a fé em Jesus Cristo. A fé, a fé, e somente a fé em seu nome! Porém, a maioria das pessoas se encontra envolta em suas próprias idéias. Temos impregnado em nosso cérebro tão alto conceito de mérito, que nos é quase impossível pregar de maneira clara e completa a justificação pela fé; e se conseguimos fazê-lo, então as pessoas não conseguem receber tal pregação. Dizemos-lhes: “Creia no Senhor Jesus e serás salvo!” – Trecho do sermão “Pregar o Evangelho”; pregado em 05 de Agosto de 1855, em NEW PARK STREET CHAPEL. Este trecho está sendo publicado aqui no blog com o título “O que é Pregar o Evangelho?”.

Não que o cristão não possa ver, em sua vida, provas objetivas da obra interna realizada pelo Espírito Santo. No trecho acima, o próprio Spurgeon afirma que o amor pelo Estudo das Escrituras seria “um sinal infalível de ser um filho de Deus”. Porém, estes sinais não são a base da nossa segurança – tal segurança encontra-se apenas em Cristo! Afinal, tais “sinais” ‘vem e vão’, aumentam e diminuem! Se olharmos para tais “sinais” como forma de obter segurança, jamais a alcançaremos. De modo que um “calvinista” que se vale de tal método de verificação pouco difere, neste aspecto, do pregador arminiano.
A única base segura da salvação eterna é a fé. Não existe nada em nós que possa promover tal segurança. Este é, como veremos abaixo, o ensino da Sagrada Escritura (por algum motivo, negligenciado pelos pregadores modernos). A Bíblia jamais ensina uma salvação por mérito, mas uma salvação baseada na GRAÇA de Deus por nós:

Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia; e todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniqüidades como um vento nos arrebatam. (Isaías 64:6)

Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé em Cristo, e não pelas obras da lei; porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada. (Gálatas 2:16)

Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie; (Efésios 2:8-9)

Porque qualquer que guardar toda a lei, e tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de todos. (Tiago 2:10)

Quem nEle crê não é condenado; ... (João 3:18)

E dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da Minha mão. Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da mão de Meu Pai. (João 10:28-29)

... os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de Seu Filho, a fim de que Ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou. (Rom 8:28-30)

Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? ...  Porque estou certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, Nem a altura, nem a profundidade, nem nenhuma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor. (Rom 8:35, 38-39)

... Seja entregue a Satanás para destruição da carne, para que o espírito seja salvo no dia do Senhor Jesus. (1Cor 5:3-5)

E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o dia da redenção. (Efé 4:30)

“Se formos infiéis, ele permanece fiel; não pode negar-se a si mesmo.” (2Tm 2:13)

Que a Bíblia ensina? Que somos pecadores, pecadores, pecadores. Mas também ensina que Deus, por amor e graça, através de Cristo nos concedeu plena salvação. Cantamos hinos e mais hinos sobre o amor de Cristo; pregamos aos incrédulos que eles devem vir a Cristo para serem salvos, no entanto, contradição das contradições, nós mesmos não temos certeza da salvação?

Acho que poucas pessoas conseguiram falar sobre a segurança da salvação como David Cloud. O trecho que reproduziremos a seguir é parte de uma carta que enviou como resposta a uma senhora que não conseguir ter certeza da vida eterna e, portanto, já havia feito profissão de fé várias vezes, numa tentativa desesperada de ser “sentir salva”. Cloud, que nem calvinista é, lhe escreveu:

A Salvação é um presente. Treze vezes no Novo Testamento é chamada de um presente.  Jesus Cristo pagou um alto preço por isto. Ele oferece isto a todo pecador. Salvação é recebida através da fé. Fé é "a mão do coração" que salta para fora para receber o presente maravilhoso de Deus. Um presente significa que é absolutamente grátis e nunca será tirado de volta. Se você tivesse de ganhá-lo por merecimento, então ele não seria um presente. Se o doador pudesse tomá-lo de volta, ele não seria um presente. Eu sei que Henry Ford costumava dar automóveis a empregados quando eles o agradavam, mas ele tomava de volta os automóveis se os empregados não o agradassem mais. Isso não é um presente e nós podemos glorificar a Deus porque Ele não é assim. Não há nenhuma "corda presa" ao Seu presente santificado.

(...) Mais uma coisa. É suposto que um presente é desfrutado. Deixe de se preocupar e se irritar e olhar para si mesma, ao invés disso, olhe para seu Salvador e desfrute do Seu presente. Você pode descansar em Cristo. O Senhor sabe tudo sobre você e sua situação e Ele quer que você desfrute de sua salvação. Você é uma jovem esposa e mãe e tem um filho pequeno. Isso significa que você está debaixo de muita pressão na vida. Deus não espera mais de você do que você pode dar. Ele não é um cruel e insensível feitor de escravos. Ele é um Pai terno e amoroso. Você não se sentirá sempre salva quando as crianças estiverem chorando, e seus hormônios femininos trabalhando além da conta e você não se entende, e quando seu marido jovem não for muito compreensivo, e o dinheiro está faltando e talvez outra criança está a caminho quando você nem mesmo superou o último nascimento, e você está morando num espaço limitado, e o jantar queimou, e você sente como se estivesse adoecendo, e o carro está quebrado, e o secador aquece demais, e a sogra está se queixando de algo, e uma pessoa querida há pouco foi diagnosticada com câncer, e você está correndo atrasada para a igreja, e você não aparenta saber arrumar nada, etc. etc. etc.

Isso é vida. Como eles dizem: "vida acontece" e sentimentos fazem parte de tudo. Eles vêm e vão. Você pode se sentir salva hoje e não salva amanhã, sentir que Deus a ama hoje e que Ele a odeia amanhã, sentir que a oração e leitura da Bíblia são as coisas mais maravilhosas em todo o mundo hoje, e amanhã sentir que isso é um trabalho penoso e entediante. O sentimento em si mesmo não significa nada.
Salvação é fé do começo até o fim. Ela é “de fé em fé” (Rom. 1:17). E fé não é ver. “Porque andamos por fé, e não por vista”.  (2 Cor 5:7). “Porque em esperança fomos salvos. Ora a esperança que se vê não é esperança; porque o que alguém vê como o esperará? Mas, se esperamos o que não vemos, com paciência o esperamos.” (Rom 8:24-25).  Salvação não é ver ou sentimento; ela é crer na promessa de Deus em Jesus Cristo. Romanos 8:18-25 descreve a vida cristã em termos de sofrimento. A experiência cristã nesta vida nem sempre é agradável. Na realidade pode ser, às vezes, extremamente difícil. Nós estamos nos arrastando ao redor de um corpo morto (Rom 7:24). Isso não é muito agradável. Nós estamos esperando e estamos ansiando pela abundância de nossa salvação prometida, mas nós ainda não temos isto e esperar é difícil. Nós temos o Espírito Santo, o penhor de nossa herança (Efé 1:14), e nós temos benefícios maravilhosos nesta vida; mas nós ainda não experimentamos a nossa salvação completa. Nós somos os filhos de Deus, mas nós ainda não desfrutamos todo o benefício que isso significa. Nós somos os filhos do grande Rei, mas nós ainda não nos deleitamos naquele reino glorioso. Nós olhamos adiante para o glorioso amanhã do amanhã, mas estamos vivendo dentro do imundo agora e agora. – ‘Sobre Duvidar da Salvação’; extraído do portal solascriptura-tt.org.

No segundo artigo da série ‘Eleitos por Deus’; publicada aqui no projeto ‘Olhar Reformado’, escrevi algo que passarei a reproduzir a seguir. Trata-se de um exemplo de como Lutero tratava a certeza da salvação. Nos dias de Lutero, viveu uma senhora por nome Bárbara Lisskirchen. Quando ela, assolada pela dúvida sobre sua salvação, recorreu a Lutero a procura de conselhos, descobriu, na prática, o grande diferencial entre a doutrina do grande Reformador e a doutrina da Igreja de Roma.

Certamente, a senhora Bárbara Lisskirchen conhecia qual era a resposta do Catolicismo Romano para os temores que assaltavam o seu coração. Certamente, ela seria exortada a fazer uma série de orações; seria intimada a comprar algumas indulgências ou constrangida a algum voto de castidade depois da confissão auricular. Enfim, o certo é que como toda religião farisaica, o Catolicismo Romano tinha pronta uma grande lista do que ela deveria fazer para acalmar sua consciência e agradar a Deus. Infelizmente, a maior parte dos ‘evangélicos’ estão mudando de lado, pregando hoje uma salvação baseada no merecimento, e não na Graça...

Qual não deve ter sido sua surpresa daquela senhora ao ouvir o conselho de Lutero, e creio que os ‘evangélicos’ de hoje também irão se surpreender:

Quando tais pensamentos a assaltam, você deve aprender a perguntar a si mesma: “Por favor, em que mandamento está escrito que eu deva pensar sobre esse assunto e lidar com ele?”. Quando descobrir que não há tal mandamento, aprenda a dizer: “Saia daqui, maldito diabo! Você está tentando fazer com que eu me preocupe comigo mesma. Meu Deus declara em todos os lugares que eu devo deixá-lo tomar conta de mim [...]”

A mais sublime de todas as ordens de Deus é esta, que mantenhamos diante de nossos olhos a imagem de seu Filho querido, nosso Senhor Jesus Cristo. Todos os dias ele deve ser nosso excelente espelho, no qual contemplamos o quanto Deus nos ama e quão bem, em sua infinita bondade, ele cuidou de nós ao dar seu Filho amado por nós. Desse modo, eu digo, e de nenhum outro, um homem aprende a lidar adequadamente com a questão da predestinação. Será evidente que você crê em Cristo. Se você crê, então será chamada. E, se é chamada, então muito certamente está predestinada. Não deixe que esse espelho e trono de graça seja quebrado diante de seus olhos [...] Contemple o Cristo dado por nós. Então, se Deus desejar, você se sentirá melhor.

O que Lutero está querendo ensinar à senhora Lisskirchen é o seguinte: “Filha, quando o maldito diabo vir lhe dizer que você não pode ser salva; diga-lhe apenas o seguinte: Claro que sou salva! Como posso não ser salva se Deus, na Bíblia, me diz que sou salva pela fé?”. Bárbara Lisskirchen pode até ter ficado surpresa com este conselho, mas, provavelmente muitos teólogos ditos ‘evangélicos’ dos nossos dias, excluiriam Lutero de seu quadro de membros...

Diversas vezes sou questionado: “Mas isso não é o mesmo que dar à pessoa uma licença para pecar?”. Não compreendo como um cristão possa levantar uma objeção como essa. Primeiramente, ela esconde o desejo de obter uma salvação meritória. Ela esconde o desejo de ganhar a vida eterna na base da pontuação: ‘Bem, crente, vamos somar seus pontos positivos e os seus pontos negativos!’. É Assim que muita gente imagina Cristo: um Deus que soma nossos ponto para ver se seremos ou não salvos. Isso é blasfêmia, pois Cristo morreu para PAGAR os nossos pecados, todos eles!  Além disso, tal objeção ignora a natureza humana, pois, desde quanto o homem precisa de licença para pecar? Isso é absurdo – nós simplesmente pecamos!

De fato, pecamos, pecamos e pecamos! Nenhum terror imposto pela religião nos faria deixar de pecar. A falta de ética no evangelicalismo brasileiro, arminiano e legalista até os ossos, é um triste testemunho desta realidade. A maioria das Igrejas de nossos dias coloca medo nas pessoas, e nem por isso elas deixam de pecar. Ou seja, o medo não faz o homem ser melhor.  Israel, apostata mesmo sob as duras penas do Antigo Pacto, também nos aponta para o mesmo fato. E mesmo os heróis da fé, e os grandes cristãos da história, comprovam a mesma coisa. A graça, e apenas a graça, é o caminho válido para a santificação: “Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não useis então da liberdade para dar ocasião à carne, mas servi-vos uns aos outros pelo amor. Porque toda a lei se cumpre numa só palavra: Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Gálatas 5.13). Em outras palavras, o cristão deve se santificar, sim, mas não por medo, mas por amor e gratidão a Deus, movido pelo Espírito Santo.

Será que é por isso que a maioria dos evangélicos brasileiros é analfabeta em Gálatas? 

Será que é por isso que tanto se esbaldam em ‘votos’ e ‘sacrifícios’ do Antigo Testamento? Ah, como lhes deve assustar a simples idéia de que não precisam de cobertura espiritual; e tão pouco pagar por ela! Que não precisam plantar ‘sementes’ que patrocinam a megalomania de meia dúzia. Como devem temer ouvir “tomai sobre vós o meu julgo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas” (Mateus 11.29). A salvação não se baseia em deixar de fumar, em dar ofertas, em fazer campanhas e jejus, mas sim, na Graça maravilhosa de Deus!

Paulo, o grande defensor da salvação exclusivamente pela fé, costumava receber a seguinte objeção: “Permaneceremos no pecado, para que a graça abunde?” (Romanos 6.1). Alguém escreveu que este deveria ser o teste de todo pregador. Em outras palavras, se a sua pregação não te faz correr o risco de ser mal interpretada, como a de Paulo foi, então você provavelmente não está pregando o Evangelho da Graça. Cristo morreu para salvar os pecadores, está é a única mensagem do Evangelho; o resto, é blasfêmia.
Paz e bem

Autor: Marcelo Lemos Gonçalves; bacharel em Teologia, editor do blog Olhar Reformado, e líder da Comunidade Anglicana Carisma, em São Mateus, Zona Leste de São Paulo.