sexta-feira, 21 de outubro de 2011

TEOLOGIA PASTORAL

TEOLOGIA PASTORAL DO DIA

Parte II - Cap. 3 – Motivos para o cuidado do rebanho


ATENÇÃO: Este rascunho não substitui o verdadeiro conteúdo e impacto desta obra que deve ser lida constantemente por todos aqueles que estão servindo a DEUS como ministros e oficiais da SANTA IGREJA DE CRISTO, APOSTÓLICA E ESCRITURÍSTICA para a GLÓRIA DE DEUS. Recomendo a aquisição livro Manual pastoral do discipulado (O Pastor Reformado) de Richard Baxter e pelo menos uma leitura e reflexão anual deste livro para o desenvolvimento de uma verdadeira liderança bíblica nas ações pastorais.

Baseado no livro:

BAXTER, Richard. Manual pastoral do discipulado. (The Reformed Pastor). São Paulo: Cultura Cristã, 2008.


Primeira Parte: Atendendo por nós mesmos

I. A natureza do cuidado

II. Os motivos do cuidado


Segunda Parte: O cuidado com o rebanho

I.  A natureza do cuidado

II. O modo do cuidado

III. Motivos para o cuidado do rebanho


Terceira Parte: Aplicação

I.  O uso da humilhação

II. O dever da instrução pessoal e particular do rebanho

A.    Motivos para o cumprimento desse dever

1.    Motivos advindos dos benefícios desse trabalho

2.    Motivos advindos das dificuldades do trabalho

3.    Motivos advindos das necessidades do trabalho

4.    Aplicação dos motivos

B.    Objeções contra o dever do ministério pessoal individualizado

C.   Orientações para o desenvolvimento do ministério pessoal

1.    O convencimento do povo

2.    A aplicação da instrução e orientação personalizada


SEGUNDA PARTE: O CUIDADO COM O REBANHO – CAP. III – MOTIVOS PARA O CUIDADO DO REBANHO


1.            O primeiro motivo sugerido no texto vem de nosso relacionamento com o povo: somos os pastores que cuidam do rebanho.
2.            O segundo motivo, no texto, vem da causa eficiente desta relação.
3.            O terceiro motivo, no texto, vem da dignidade do objeto entregue ao nosso cuidado. A Igreja é a noiva de Cristo e o seu corpo, quem a despreza o próprio Cristo.
4.            O último motivo mencionado no texto vem do preço que foi pago pela Igreja que cuidamos: a qual ele comprou com o seu próprio sangue (Atos 20.28).

1. O primeiro motivo sugerido no texto vem de nosso relacionamento com o povo: somos os pastores que cuidam do rebanho.

- A natureza do nosso ofício requer que pastoreemos “o rebanho de Deus que há entre vós, não por constrangimento, mas espontaneamente, como DEUS quer; nem por sórdida ganância, mas de boa vontade: nem como dominadores dos que vos foram confiados, antes, tornando-vos modelos do rebanho. Ora, logo que o Supremo Pastor se manifestar, recebereis a imarcescível coroa da glória” (I Pe. 5.3).

- Para o que mais seríamos supervisores? “Bispo é um título que sugere mais trabalho do que honra”, diz Polidoro Virgílio*, “ser pastor não nos confere uma posição sobre um pedestal, tal como ídolos diante do quais as pessoas se curvam, nem um lugar para os “boas-vida” indolentes que vivem para os prazeres da carne. Antes, somos guias de pecadores redimidos a caminho do céu. Infelizmente, há homens que ignoram a natureza do chamado e desconhecem o trabalho a que se propuseram. Será possível que tais homens não considerem o compromisso assumido? Como podem viver tranquilos com seus desejos desordenados, tendo tempo para superficialidades, gastando horas em tolas diversões ou em conversas infrutíferas, quando há tanto trabalho colocado em suas mãos?

Eclesiástico e historiador anglo-italiano do século 16 (N. do E.)

- Irmãos, já consideraram o tamanho da responsabilidade que lhes foi imposta e que aceitaram? Pois os senhores assumiram, sob o comando de Cristo, a liderança de um regime militar na luta “contra principados e potestades e dominadores do mal nos lugares celestiais” (Ef. 6.12). Terão de exercer tal liderança, conduzido as tropas nos combates mais aguerridos, capacitando a Igreja no conhecimento das táticas e estratégias do inimigo e treinando cada combatente a vigiar a si mesmo. (...)

- O inimigo é sutil, por isso precisamos de sabedoria. O inimigo é atento, por isso precisamos ser prudentes. O inimigo é maldoso, violento e incansável, por isso temos de ser resolutos, corajosos e imbatíveis. (...)

- Irmãos, há um mundo de iniquidade contra o qual combater, a fim de atingir uma só alma!

- Homens ímpios estão prontos para se levantar e contradizer tudo o que ensinamos. Falamos uma só vez a um pecador para cada dez ou vinte vezes que os emissários do diabo os alcançam com suas mensagens.
- Quantas vezes, vendo as pessoas confessarem seus pecados, prometendo reforma de vida, vivendo como novas criaturas, convertidas e zelosas, pensamos ter sido bem-sucedidos no trabalho. Infelizmente, depois de tudo isso, muitos ainda revelarão a falsidade do coração e, depois de terem passado por mudanças tiveram um coração renovado. Quantos há que, após mudanças consideráveis, serão enganados pelo lucro e pelas honras do mundo, presos novamente nas cadeias da concupiscência! Quantos há que trocarão uma maneira vergonhosa de agradar a carne por outra que seja aparentemente menos desonrosa e gritante para as próprias consciências! Quantos há que se tornarão orgulhosos antes de adquirir pleno conhecimento da religião e, confiantes na força do próprio intelecto desprovido de conteúdo, se agarrarão a todo erro que se lhes seja apresentado à guisa de verdade! (...) Vaidosamente desprezam a direção e o conselho daqueles que Cristo colocou sobre eles para sua segurança.
- Irmãos, temos diante de nós um imenso campo de trabalho! Cada pessoa é um campo de trabalho. Na vida dos próprios santos, as regras cristãs desvanecerão, se forem negligenciadas. Serão levados facilmente por caminhos de pecado que, para sua própria perda e tristeza, envergonharão o evangelho.

- Se tal é o trabalho do pastor, os senhores poderão imaginar o tipo de vida que terão de viver! Portanto, levantemo-nos para trabalhar com toda a força da alma! As dificuldades deveriam nos desafiar e não provocar desânimo para a obra necessária. Se não pudermos fazer tudo o que temos para fazer, que façamos, pelo menos, aquilo que estiver ao nosso alcance. Se negligenciarmos estas coisas, ai de nós e das almas entregues a nosso cuidado! Se descuidarmos os nossos deveres, achando que, com apenas um sermão aceitável, estaremos desempenhando com fidelidade nosso ministério, deixaremos de servir a Deus por causa de nossa superficialidade, recebendo galardão igualmente superficial como recompensa do trabalho.

- Grande honra existe em ser embaixador de Deus e instrumento da conversão dos homens, pois “aquele que converte o pecador do seu caminho errado salvará da morte a alma dele e cobrirá multidão de pecados” (Tg. 5.20).

- Raramente vemos um ministro lutar com a mesma fúria para ser recebido na casa de um homem pobre a fim de ensiná-lo e à sua família sobre o caminho dos santos para o céu; ou para converter o pecador do seu caminho: ou para ser servo de todos. E de estranhar que, a despeito de toda a clareza com que Cristo se expressou, tais homens não entendam a natureza de seu ofício. Se entendessem, não estariam lutando para pastorear sozinhos todo um campo ou para assumir as maiores igrejas, quando não se interessam em atender os tantos milhares de pobres pecadores clamando por ajuda. Como podem conviver com pessoas profanas sem instá-las à conversão? Que dizer daqueles que têm a responsabilidade e a honra de cuidar de todo campo, e não realizam o trabalho, quando a honra é um apêndice da tarefa cumprida? Desejam os títulos e as honrarias ou o trabalho e a finalidade? Se fossem dedicados a Cristo e à Igreja, com fidelidade, humildade e abnegação, sem pensar em títulos e reputação, então teriam a honra, buscando ou não. Mas quando se lançam à cata de honrarias, perdem a honra, pois tal é a dinâmica da sombra da virtude: “Ao que me segue, eu fujo: ao que foge, eu sigo”.“

- Por que defende de modo claro que o ministro deve buscar o conhecimento e o estudo sério, naturalmente Baxter não está condenando aqui os que possuem títulos e recebem honrarias decorrentes desse esforço. O problema está naqueles que fazem dessas coisas o ídolo em seus corações, subjugando todo o ministério em função desse status diante da Igreja (N. do E.

- Entretanto, como requer Paulo: “os que pregam o evangelho, que vivam do evangelho” (I Co 9.14), para que se entreguem totalmente a estas coisas e não sejam forçados e negligenciar as almas das pessoas enquanto procuram prover para seus próprios corpos. REALIZEM O TRABALHO OU NÃO ACEITEM O SUSTENTO.

- Ah! Se nosso coração estivesse sintonizado com a obra, que vida abençoada e feliz viveríamos! Ser-nos-ia doce o estudo e agradável o púlpito. Nossa conversa sobre coisas espirituais e eternas seria prazerosa!

- I Co 4.2

- Na época de Baxter, os pastores eram geralmente homens mais cultos do que os demais da sociedade, dedicando anos ao estudo formal e continuando a estudar ao longo da vida. Hoje, infelizmente, o retrato do pastor brasileiro é muitas vezes diferente. A decadência do ensino no país atingiu também nossos ministérios. O resultado é de fraqueza na pregação, no ensino e no desempenho pastoral. Graças a Deus pelas exceções! (N. do T.).

2. O segundo motivo, no texto, vem da causa eficiente desta relação.

- O Espírito Santo é que nos fez pastores de sua Igreja: portanto, cabe-nos atentar ao seu ministério. O Espírito Santo faz com que homens sejam supervisores ou bispos da Igreja em, pelo menos, três sentidos: qualificando-os e habilitando-os para o ofício; dirigindo outros homens ordenados e ordenadores para discernir tais qualificações e aptidões, e dirigindo os pastores ao povo e os próprios pastores do desempenho de sua tarefa específica.

- Quando chamado pela voz de Cristo, Paulo “não foi desobediente à visão celestial” (At. 26.19). Ainda que nosso chamado não fosse tão imediato ou extraordinário, veio do mesmo Espírito. Não será seguro imitar Jonas e voltar as costas ao mandamento de Deus. Se negligenciarmos o trabalho, o SENHOR nos espetará com esporas: se fugirmos, enviará mensageiros que nos alcancem e tragam de volta. Melhor será obedecer prontamente do que finalmente sermos obrigados ao cumprimento sua vontade.

3. O terceiro motivo, no texto, vem da dignidade do objeto entregue ao nosso cuidado. A Igreja é a noiva de Cristo e o seu corpo, quem a despreza o próprio Cristo.

- O objeto de nossa supervisão é o corpo de Cristo – a Igreja santificada pelo Espírito Santo para a qual ele sustém o mundo. Igreja que conta com a presença de anjos, espíritos ministradores enviados pra atende-la, na terra, e cujos pequeninos têm seus anjos contemplando a face de Deus, no céu. Que grande responsabilidade assumimos! Seremos infiéis? Temos a mordomia da própria família de Deus e a negligenciaremos?
- I Pe 2.9.

           
4. O último motivo mencionado no texto vem do preço que foi pago pela Igreja que cuidamos: a qual ele comprou com o seu próprio sangue (Atos 20.28).

- Que argumento é este, que vivifica os negligentes e condena os que não querem despertar para ele? Um dos antigos doutores pode dizer: “Se Cristo tivesse dado uma única colher de seu sangue, num frágil vaso de vidro entregue ao meu cuidado, com que zelo e preservaria e cuidaria dele!”. O quê, senhores? Desprezaremos o sangue de Cristo? Pensaremos que foi derramado por aqueles que não são dignos de todo nosso cuidado? Não é pequeno o pecado do qual foram culpados os pastores negligentes. Quanto ao que lhes toca, o sangue de Cristo teria sido derramado em vão. Deixados por si mesmos, tais homens perderiam as almas pelas quais Jesus pagou tão alto preço.

Mt. 18.11

- Sei que sou indigno de ser um pastor de pastores, mas é necessário que haja alguém para exercer tal mister; e é melhor ouvir de alguém sobre nosso pecado e dever do que não ouvir e continuar neles. Recebam a admoestação, e não se aterão à indignidade do tutor como impedimento para o próprio arrependimento. Entretanto, rejeitem a mensagem, e o mensageiro mais indigno testemunhará contra os senhores – para sua própria confusão.

ADAPTADO POR: PR. EDIVALDO PEREIRA

Nenhum comentário:

Postar um comentário